quinta-feira, 1 de março de 2018

Pacientes com hepatite e artrite reumatoide serão os primeiros a receber atendimento farmacêutico pelo SUS

A partir de agora os pacientes com hepatite e artrite reumatoide serão os primeiros a receber do seu farmacêutico as devidas orientações sobre o uso correto e racional dos medicamentos utilizados nas unidades SUS, com esta iniciativa o Ministério da Saúde espero resolver os problemas relacionados as falhas no tratamento e reduzir significativamente os riscos de efeitos colaterais indesejáveis.



O Ministro da Saúde também anunciou a criação do Programa Cuidados Farmacêuticos, que terá inicio em São Paulo, Bahia e Distrito Federal, a previsão é que até o final do ano outros sete estados brasileiros sejam inseridos no projeto "Programa Cuidados Farmacêuticos".

O Ministro da saúde Ricardo Barros.também afirmou literalmente que “O uso inadequado de medicamentos eleva os riscos de falhas no tratamento e os custos das ações em saúde. Por isso, uma consulta com o farmacêutico para orientar melhor como deve ser o acondicionamento do remédio, a melhor forma e horário de ingestão, vai ajudar a população portadora destas doenças a aderir o tratamento e ter uma qualidade de vida melhor. A ação também aproxima o profissional do paciente promovendo um atendimento mais humanizado”.

Outra excelente novidade anunciada é a inclusão do código de identificação para farmacêuticos no sistema de atendimento do SUS, que ocorrera a partir de fevereiro, desta forma será rastreável através do sistema se o paciente recebeu orientações do farmacêuticos ou de outro profissional.

Também foi anunciado pelo Ministro da Saúde a liberação de verba de R$ 22 milhões para melhor qualificar e estruturar a assistência farmacêutica em 629 municípios, esta medida e parte do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS, através do QUALIFAR-SUS, que possibilita os municípios brasileiros a investirem na contratação de profissionais farmacêuticos e na qualificação dos serviços de suas farmácias. atualmente estão habilitados 1.580 municípios para receberem os recursos, porém a expectativas é que até o final de 2018 sejam incorporados mais 800 municípios que passem também a receber a verba.



Professor José Roberto Lannes Abib faz questão de lembrar que todas estas conquistas é fruto de muito trabalho e união de todos os segmentos farmacêuticos, principalmente da forma que o Presidente do Conselho Federal de Farmácia Dr. Walter da Silva Jorge João vem conduzindo.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

CFF comemora mais uma decisão favorável à Farmácia Estética

Mais uma vez a Justiça Federal decidiu favoravelmente ao Conselho Federal de Farmácia (CFF) em demanda judicial envolvendo a Farmácia Estética. Com a decisão, se mantêm em vigor tanto a Resolução/CFF nº 616/15 como a Resolução/CFF nº 645/17. O Conselho já havia obtido decisão favorável também à Resolução/CFF nº 573/13.
 

Na sentença proferida esta semana, o juiz federal Hong Kou Hen, da 8ª Vara Cível de São Paulo, negou pleito do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) que visava à declaração de inconstitucionalidade e ilegalidade das duas normativas do CFF.
Acatando a contestação apresentada pelo CFF e o parecer do Ministério Público Federal, o referido Magistrado entendeu como “inadequado o instrumento processual eleito” pelo Cremesp e, ainda, que os pedidos do Cremesp foram formulados como “mera perfumaria”.
O presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, ressalta que no parecer ofertado pela Procuradora da República da 3ª Região, Suzana Fairbanks Oliveira Schnitzlein, houve expressa manifestação pela legalidade das resoluções sobre farmácia estética, em especial porque exigem especialização para a sua efetiva prática, não se vislumbrando qualquer procedimento invasivo que contrariasse o disposto na denominada lei do ato médico.
Walter João reitera sua convicção de que “as resoluções editadas pelo CFF se restringem ao propósito exclusivo de respaldar atribuições do farmacêutico, e para as quais este profissional está tecnicamente preparado e amparado em lei, sem qualquer invasão de atribuições dos médicos”, assinalou.

Para ler a íntegra do parecer da Procuradoria da República, CLIQUE AQUI.

Para ler a íntegra da sentença, CLIQUE AQUI.

 


Fonte: Comunicação do CFF

Farmacêuticos e demais profissionais de saúde devem ficar atentos aos sintomas da Febre Amarela

Diante da situação epidemiológica atual de Febre Amarela, é importante que a população e os profissionais de saúde busquem fontes seguras e oficiais sobre o assunto. O profissional que atua em alguma área de risco deve ficar atento para os sinais dos pacientes que procuram o serviço de saúde, já que a Febre Amarela apresenta sinais e sintomas semelhantes a outros agravos que costumamos identificar na rede de atenção. Por isso, a máxima atenção nesse momento de alerta é fundamental para a qualidade do cuidado a possíveis pacientes infectados.

Abaixo as principais manifestações clínicas e laboratoriais entre as fases da doença:

Leve/moderada
  • Sinais e sintomas: febre, dores de cabeça, mialgia, náuseas, icterícia ausente ou leve.
  • Alterações Laboratoriais: Plaquetopenia (plaquetas baixas) com elevação moderada de transaminase. Bilirrubinas (substância amarelada encontrada na bile) normais ou discretamente elevadas.

Grave
  • Sinais e sintomas: Todos os sintomas da fase moderada, icterícia intensa, manifestações hemorrágicas, oligúria (produz pouca urina), diminuição da consciência.
  • Alterações Laboratoriais: Plaquetopenia intensa, aumento da creatina, elevação importante de transaminases.
Maligna
  • Sinais e sintomas: todos os sintomas clássicos da fase grave intensificados.
  • Alterações Laboratoriais: Todas da fase Grave. Coagulação intravascular disseminada.
Em relação ao diagnóstico clínico, deve ser considerado caso suspeito I) caso de indivíduo com exposição em área urbana, rural ou silvestre afetada recentemente; II) pessoa com até sete dias de quadro febril agudo acompanhado de dois ou mais dos seguintes sinais: dor de cabeça (principalmente supraorbital), mialgia, lombalgia, mal-estar, calafrios, náuseas, pele e olho amarelados e/ou manifestações hemorrágicas, sendo residente ou procedente de área de risco nos 15 dias anteriores que não tenha comprovante de vacinação de febre amarela ou que tenha recebido a primeira dose há menos de 30 dias.
O diagnóstico específico pode ser feito pela detecção do vírus em amostras clínicas ou de anticorpos. Os exames são realizados em laboratórios de referência em diversos estados brasileiros.
A abordagem dos pacientes com suspeita de Febre Amarela realizada por profissionais de saúde deve incluir: 
 
Abordagem Inicial

  Para identificar sinais de gravidade, questionar especificamente sobre a presença de hemorragias, características da diurese (volume e cor), presença e frequência de vômitos.;
  História pregressa, incluindo histórico vacinal para febre amarela e dados epidemiológicos que possam indicar a necessidade de investigar diagnósticos diferenciais;
   Aferição de pressão arterial (PA), frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura e peso.
Avaliação de Estado Geral
  Exame físico completo com especial atenção para presença de pele e olhos amarelados, grau de hidratação, perfusão periférica, características da pulsação, sinais de hemorragias, avaliação do nível de consciência;
  Realização de exames laboratoriais inespecíficos: hemograma, transaminases (TGO e TGP), bilirrubinas, ureia e creatinina, provas de coagulação, proteína urinária;
   Coleta de amostras para exames específicos e envio para laboratórios de referência; 
   Notificação do caso: COMPULSÓRIA E IMEDIATA. 
A alta hospitalar do paciente suspeito de FA pode ser efetivada de acordo com a avaliação clínica geral da equipe de saúde, com recomendações de que esteja há três dias sem febre, independente do tempo de doença, com índices decrescentes das transaminases e estabilização das plaquetas. Porém, é de suma importância orientar que o cidadão retorne imediatamente a unidade de saúde caso os sintomas voltem.
Conheça também o Guia para os profissionais de Saúde
Blog da Saúde

fonte: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/servicos/53196-profissionais-de-saude-devem-ficar-atentos-ao-sintomas-da-febre-amarela

Ministério da Saúde atualiza casos de febre amarela



Brasil confirmou 545 casos e 164 óbitos no período de 1º julho de 2017 a 20 de fevereiro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 557 casos e 178 óbitos

O Ministério da Saúde atualizou nesta quarta-feira (21) as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre amarela no país. No período de monitoramento (de 1º de julho/2017 a 20 de fevereiro de 2018), foram confirmados 545 casos de febre amarela no país, sendo que 164 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 1.773 casos suspeitos, sendo que 685 foram descartados e 422 permanecem em investigação, neste período. No ano passado, de julho de 2016 até 20 fevereiro de 2017, eram 557 casos confirmados e 178 óbitos confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.
CAMPANHA

O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação da população dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo durante a campanha contra febre amarela. Dados preliminares dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo apontam que, até esta segunda-feira (19), 5,1 milhões de pessoas foram vacinadas, sendo 4,7 milhões com doses fracionadas e 422,6 mil com doses padrão. O número corresponde a 25,2% do público-alvo previsto no Sudeste. A recomendação é que os estados continuem vacinando até atingir alta cobertura. O estado da Bahia iniciou a campanha em oito municípios, nesta segunda-feira (19).

Para auxiliar os estados e municípios na realização da campanha, o Ministério da Saúde repassou aos estados R$ 54 milhões. Desse total, R$ 15,8 milhões para São Paulo; R$ 30 milhões para Rio de Janeiro e R$ 8,2 milhões para a Bahia. Para atender exclusivamente à demanda da campanha de fracionamento, o Ministério da Saúde distribuiu 19,4 milhões de doses da vacina de febre amarela aos estados do Rio de Janeiro (4,7 milhões), Bahia (300 mil) e São Paulo (10 milhões). Também foram enviadas 15 milhões de seringas aos estados, sendo 5,2 milhões para o Rio de Janeiro, 500 mil para a Bahia e 9,3 milhões para São Paulo.

Distribuição dos casos de febre amarela notificados: 1º/7/2017 a 20/02/2018

UF (LPI)*
Notificados
Descartados
Em Investigação
Confirmados
Óbitos
AC
1
1
0
-
-
AP
2
2
0
-
-
AM
5
2
3
-
-
PA
24
20
4
-
-
RO
8
6
2
-
-
RR
2
2
0
-
-
TO
14
7
5
-
-
AL
2
1
1
-
 
BA
21
18
3
-
-
CE
2
2
0
-
-
MA
1
1
0
-
-
PB
1
0
1
 
 
PE
1
1
0
-
-
PI
3
3
0
-
-
RN
1
1
0
-
-
SE
2
0
2
-
 
DF
33
20
12
1
1
GO
31
20
11
-
-
MT
1
0
1
-
-
MS
5
5
0
-
-
ES
64
51
1
-
-
MG
691
199
157
264
77
RJ
103
6
4
72
29
SP
696
284
177
208
57
PR
31
21
10
-
-
RS
15
6
9
-
-
SC
13
6
7
-
-
Total
1.773
685
422
545
164

Dados preliminares e sujeitos à revisão
*LPI – Local Provável de Infecção
Da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580 / 2745 / 2351

fonte: http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/42599-ministerio-da-saude-atualiza-casos-de-febre-amarela-7

A prescrição de antidepressivos dobrou em dez anos, eles são eficazes?

Cientistas dizem que chegaram a uma conclusão sobre um tema que é alvo de um dos maiores debates da medicina: a eficácia de antidepressivos.



Um estudo de peso liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirma que esse tipo de droga é, sim, eficiente no combate à depressão.
A pesquisa considerou 522 testes clínicos envolvendo tratamento de curto prazo de depressão em adultos. Mais de 116 mil pacientes tiveram seus casos analisados.

Segundo os pesquisadores, todos os 21 antidepressivos usados se mostraram significativamente mais eficazes na redução de sintomas da doença que as pílulas de placebo, também usadas nos testes. O estudo foi divulgado na publicação médica The Lancet.

No Reino Unido, a prescrição de antidepressivos dobrou em dez anos, passando de 31 milhões em 2006 para 64 milhões em 2016. No Brasil, 5,8% da população - 11,5 milhões de pessoas - sofre de depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Havia um debate sobre a eficiência de medicamentos usados para combater esse problema, com alguns testes indicando que antidepressivos teriam o mesmo resultado que placebos.

O Royal College of Psychiatrists, a principal organização de psiquiatras no Reino Unido, disse que o estudo "finalmente coloca um ponto final na controvérsia sobre antidepressivos".

"Essa pesquisa mostra claramente que essas drogas funcionam para melhorar o humor e ajudar pessoas com depressão", disse o psiquiatra Carmine Pariante, um dos dirigentes da instituição.

"Esse estudo dá uma resposta final à longa controvérsia sobre antidepressivos funcionarem ou não para a depressão. Nós percebemos que os antidepressivos mais comumente prescritos funcionam para depressão moderada a severa", afirmou pesquisadora Andrea Cipriani, da Universidade de Oxford, que liderou o estudo.

"É uma notícia muito boa para pacientes e psiquiatras", avalia.

Mas a qualidade dos antidepressivos varia bastante, dizem os pesquisadores. Enquanto algumas drogas se mostraram um terço mais eficazes que placebos, outras são duas vezes mais bem-sucedidas (veja mais abaixo a lista dos antidepressivos mais e menos eficazes).


'Evidência forte'

Os autores do estudo dizem que as descobertas podem ajudar os médicos a escolher a melhor prescrição para seus pacientes.

Eles destacaram, porém, que as pessoas não devem usar a pesquisa como base para simplesmente trocar de imediato sua medicação.

Isso porque o estudo detectou o efeito que as drogas tiveram, em média, na população analisada - ou seja, não entrou em detalhes sobre como o medicamento afeta os indivíduos de diferentes idades, gêneros, gravidade dos sintomas e outras características.

Assim, embora um tipo de antidepressivo possa ser classificado como tendo, em média, menos eficácia, ele pode ter bons resultados em um grupo específico de pacientes - mais jovens e com gravidade moderada, por exemplo.

Os cientistas destacam ainda que a pesquisa abrangeu oito semanas de tratamento. Por isso, algumas descobertas não se aplicam ao uso dos remédios a longo prazo.

Eles também ressaltam que os resultados do estudo não significam que antidepressivos devem ser a primeira opção de tratamento para a depressão. "Medicamentos devem ser sempre considerados em conjunto com outras opções, como tratamentos psicológicos", diz Cipriani.

Glyn Lewis, professor de psiquiatria epidemiológica da University College London, disse que o estudo traz "evidências fortes" da eficácia dos antidepressivos.

"Os antidepressivos costumam receber média negativa, mas essa pesquisa mostra que eles têm um papel importante no tratamento da depressão."

Avaliação dos medicamentos, segundo a pesquisa

Mais eficazes

- Agomelatina

- Amitriptilina

- Escitalopram

- Mirtazapina

- Paroxetina

Menos eficazes

- Fluoxetina

- Fluvoxamina

- Reboxetina

- Trazodona

fonte: BBC Brasil

http://www.bbc.com/portuguese/geral-43155627

Nas redes sociais, os efeitos adversos se amplificam e vacina de febre amarela ficam encalhadas nos Postos de Saúde.

 Embora os casos de morte por febre amarela sigam subindo desde o começo de 2017 e tenham atingido o número de 93 vítimas no último dia 23 (contra 76 até o dia 16, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo), milhões de doses da vacina fracionada continuam dentro dos refrigeradores dos postos de saúde, à espera da população.
Na prática, a situação em São Paulo passou de uma corrida desenfreada aos locais de vacinação para o encalhe de doses.



O não comparecimento do público na frequência desejada pelas autoridades fez com que o fim da campanha de vacinação no Estado fosse postergada do dia 17 de fevereiro para o dia 2 de março. No entanto, a três dias do término do prazo estendido, 5,1 milhões de pessoas não foram vacinadas em 54 cidades abrangidas pela campanha. A proposta é imunizar 9,2 milhões nesses locais.

"No início, as pessoas saíam de áreas não visadas pelo vírus para se sujeitar a pegá-lo nas filas das regiões em que havia casos; agora sobram doses nos postos", afirma Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. "A gente vai ter de traçar uma segunda estratégia para atingir a meta dessa imunização preventiva."

Se a doença em si assustou em um primeiro momento, a população parece agora mais preocupada com eventos adversos da vacina. Um dos sinais disso são postagens que pipocam nas redes sociais atribuindo ao produto complicações as mais variadas possíveis: "Tem gente que está perdendo filho na barriga por conta de ter tomado a vacina", "Vacina causa outras doenças no futuro, como câncer", "Vacina é armadilha", "60 médicos americanos dizem ao mundo não tomem o veneno da vacina da morte da febre amarela".

A vacina tem eficácia superior a 95%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e, mesmo fracionada, protegeria a pessoa por no mínimo oito anos. Em seguidas entrevistas, Helena Sato, diretora de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e colega de Regiane, faz questão de reiterar em frente das câmeras: "Não precisamos ter medo dessa vacina, ela é excelente".

Desde janeiro de 2017, poucos são os casos de óbitos atribuídos oficialmente a uma reação à vacina da febre amarela - mais precisamente, apenas três pessoas entre quinze suspeitas, todas no Estado de São Paulo e todas com menos de 60 anos e sem registro de doenças anteriores.

De qualquer forma, efeitos fora do script estão previstos não apenas para a vacina da febre amarela, mas para muitas outras.

No Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, elaborado pelo Ministério da Saúde e em sua terceira edição, é possível encontrar reações graves e não graves às vacinas de difteria, tétano, pertússis (coqueluche), hepatite A, hepatite B, BCG, cólera, febre tifoide, influenza, HPV, poliomielite, raiva, rotavírus humano, sarampo, caxumba, rubéola, varicela e febre amarela. O manual funciona como uma bula quilométrica, com 250 páginas, voltada a profissionais da saúde.

Uma de suas principais referências é a Brighton Collaboration, organização sem fins lucrativos sediada na Suíça que conta com cinco mil especialistas dedicados a tornar as vacinas cada vez mais confiáveis.

"O sucesso das vacinas implica que a imunização permaneça o mais segura possível, particularmente porque é oferecida a indivíduos saudáveis", lembra o grupo no seu site, enfatizando que a responsabilidade aumentou nos últimos tempos devido à distribuição mais rápida e ampla do produto pelo mundo.
 
Quais são os efeitos adversos?

O capítulo do Manual de Vigilância dedicado à vacina da febre amarela toma 9 páginas. Na introdução, o manual lembra que o imunizante é utilizado na prevenção à doença desde 1937. Composto por vírus vivo atenuado da cepa 17DD ou equivalente, cultivado em ovos de galinha embrionados, contém sacarose, glutamato, sorbitol, gelatina bovina, eritromicina e canamicina.

Daí sua primeira contraindicação: indivíduos com história de reação anafilática a qualquer uma dessas substâncias, incluindo ovo de galinha, deve sair da fila de vacinação e voltar para casa.

Seguem na linha de risco crianças menores de 6 meses de idade (a recomendação na campanha do Estado de São Paulo é de 9 meses como idade mínima), pacientes com imunodepressão de qualquer natureza - de transplantados a pessoas submetidas a tratamento com quimioterapia - e idosos com 60 anos ou mais que buscam a vacina pela primeira vez.

São considerados efeitos adversos leves febre, dor no local da aplicação, vermelhidão, dor de cabeça, dor abdominal. Entre os graves, estão encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico, como a Guillain-Barré, afora infecção semelhante à forma severa da doença, chamada de doença viscerotrópica aguda. Ela normalmente começa com ânsia, vômito e fadiga e pode evoluir para sintomas como dificuldade para respirar, taquicardia, hemorragia, insuficiências hepática e renal. Em alguns casos leva a óbito.

O manual cita que, de 2007 a 2012, a incidência dos efeitos adversos graves foi de 4,2 casos por 1 milhão de doses administradas. Regiane de Paula fala em um caso de morte a cada 500 mil. Ou seja, dois casos em 1 milhão.

Ela ressalta que os efeitos adversos da vacina da febre amarela estão muito bem estabelecidos e que apenas 5% deles podem evoluir para uma doença viscerotrópica aguda, por exemplo.
 
Nas redes sociais, os efeitos adversos se amplificam

 Ocorre que certos casos ainda não esclarecidos desses efeitos vicejam no Facebook e no YouTube, alargando ainda mais o pé atrás quanto ao produto.

Um deles é o de Vitória Marina Souza Gomes, de 15 anos. No dia 10 de janeiro, quarta-feira, a adolescente procurou um posto de vacinação no bairro de Comendador Soares, em Nova Iguaçu. Baixada Fluminense. Queria tomar a vacina da febre amarela.

A garota não morava em área visada pelos mosquitos transmissores da doença, tampouco pensava em passear em um lugar assim. Mas havia "um medo lançado no ar", como lembra a irmã Lorena Gomes, e Vitória achou por bem se proteger recebendo no corpo um vírus vivo atenuado.

No dia seguinte, sentia enjoo e dores abdominais. O quadro agregou febre alta e dor de cabeça forte. No domingo, acordou com os olhos inchados e a dor de cabeça não dava sinal de passar. Na segunda, veio uma convulsão. O edema, que começou nos olhos, se espalhou pelo rosto e pescoço.

Sucedeu-se uma semana angustiante, agora com vermelhidão e dores tão fortes pelo corpo que ela mal caminhava sozinha. Até que surgiu a dificuldade para respirar. Dezesseis dias depois de tomar a vacina, Vitória teve três paradas cardíacas. Morreu no Hospital Geral de Nova Iguaçu. O causador oficial da morte, aquele que consta do atestado de óbito, não foi o flavivírus da febre amarela, mas uma bactéria, a Staphylococcus aureus. Para os médicos, Vitória morreu devido a uma pneumonia.

A família, no entanto, aposta que a vacina teve seu papel nesse calvário. Priscila, a mãe de Vitória, diz ter avisado sobre essa imunização aos profissionais que atenderam a garota tanto na UPA quanto no Hospital Souza Aguiar e no Nova Iguaçu, também conhecido como Hospital da Posse. "Mas preferiram apostar em sinusite, conjuntivite, alergia, infecção urinária, lúpus", afirma Lorena.

No dia 24, diz a irmã, os médicos coletaram sangue para fazer o exame da febre amarela com o propósito de enviá-lo para análise em São Paulo. Os familiares ainda não receberam o laudo dessa avaliação. Vitória sofria de bronquite, mas a família afirma que a moléstia estava sob controle. Foi isso o que teria relatado à agente de saúde quando perguntada sobre sua condição física antes de receber a agulhada no braço. "Ela foi liberada para tomar a dose", conta Lorena.

Depois do acontecido, os Gomes não querem mais saber de imunização alguma - ainda que o irmão da adolescente, que também sofre de bronquite, tenha manifestado apenas dor de cabeça depois de se imunizar junto com ela.

A rejeição é compartilhada por quem visitou a página no Facebook de Lorena antes e depois da morte de Vitória. Não faltaram comentários baseados em teorias da conspiração: "O governo quer acabar com o povo", "A vacina é uma fraude", "Nunca confiei nessas vacinas, veja o caso do ebola, tudo criado", "Tá parecendo aquela injeção que mata", "Posso morrer de febre amarela, azul ou roxa, menos de vacina; disso sim já estou imunizada".
 
Apuração dos casos é lenta

Quando perguntada sobre a demora na apuração dos casos suspeitos - reclamação não somente da família de Vitória mas de outras cujos parentes padeceram depois da vacina e que ainda aguardam o resultado do Adolfo Lutz sobre a causa da morte -, Regiane de Paula afirma que o processo não é tão simples assim.

"São feitos, entre outros, um exame de histopatologia e de PCR (técnica de isolamento viral), além do levantamento do histórico familiar para confirmar se a pessoa tinha ou não uma doença de base", diz.

Para atestar um efeito adverso, continua a diretora, os critérios e as etapas são mais longos e complexos do que confirmar um caso de febre amarela "puro", transmitido pela picada de um mosquito Haemagogus ou Sabethes.

Segue sem resposta o caso do menino Murilo Pio, de 3 anos, que morreu no dia 19 de janeiro, cinco dias após a vacinação.

O Hospital Renascença, em Osasco, que o diagnosticou em um primeiro momento com nasofaringite aguda, recebeu a criança dois dias depois, já em um quadro de contrações musculares da face seguido de crise convulsiva generalizada. A parada cardiorrespiratória aconteceu às 15h55 da sexta-feira. Às 16h35 os médicos atestaram a morte, após intubação orotraqueal e manobras de reanimação sem sucesso.

Entre os comentários virtuais depois do falecimento de Murilo, mais indignação: "A vacina está matando mais que a tal febre, 'gadão' sem noção", "Isso tem nome e chama-se homicídio culposo", "Temos tecnologia para produzir uma vacina com vírus morto, mas não é de interesse pois é um vírus que existe no 3º mundo e não há retorno financeiro".
Um histórico de revoltas

Não se vislumbra no cenário de imunização no Brasil nada que lembre a Revolta da Vacina, em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, quando a população virou bondes, danificou fachadas de prédios, quebrou árvores e destruiu lampiões para protestar contra a vacina da varíola.

Na época, os agentes sanitários invadiam as casas e aplicavam as injeções à força. Para quem acreditava que se tratava de uma tática do Estado para exterminar as camadas mais humildes, a violência dos agentes só fez aumentar o rechaço.

Em uma proposta muito mais conciliadora, agentes comunitários têm visitado domicílios em bairros de São Paulo para saber quem tomou ou não a vacina. Aproveitam para distribuir uma senha de vacinação aos que ainda não se protegeram e esclarecer dúvidas. Os eventos adversos costumam ocupar o topo das perguntas.

"Ainda não temos certeza, mas acho que o Carnaval e o período de férias contribuíram para essa drástica diminuição na procura pela doses", cogita Marco Antônio Carvalho de Lima, coordenador de saúde da região Sul do município de São Paulo.

Na visão geral, diz ele, ainda vigora a percepção de que a vacina, se não mata, traz algum efeito colateral que pode comprometer um período de relaxamento e descontração, por exemplo. Com a volta ao ritmo normal, a proposta é convencer a população de que não há nenhuma conspiração embutida na fórmula do produto.



fonte: BBC Brasil


http://www.bbc.com/portuguese/geral-43207268

Dr. José Roberto Lannes Abib é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Farmácia Militar

Agradeço a todos que durante todos estes anos estiveram ao meu lado me apoiando e incentivando, meu muito obrigado a todos. Diplomado hoje...